Jesus
está diante de Seus apóstolos com uma pergunta fundamental que
precisa ser feita, a cada dia, para nós:“Quem
dizem os homens que eu sou?”(Marcos
8, 24). Podem vir muitas respostas a respeito de Jesus: ‘Ele é o
profeta! É um enviado! Ele é um rabi, um mestre! É João Batista
que voltou! É o Espírito de João Batista em Jesus!’.
No
entanto, a resposta essencial que Pedro dá é: “Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo“(Marcos
8, 29). A resposta de Pedro precisa vir acompanhada do verdadeiro
sentido do ‘messianismo’, do Messias que é Jesus.
Porque,
a verdade é uma só, os judeus tinham apenas uma compreensão do
Messias, olhavam para ele [o Messias] apenas como o ungido, cheio de
glória, de esplendor; como aquele que vem e reina sobre todos. Mas,
o reinado de Cristo começa nos corações, começa no meio de nós!
O
reinado de Cristo não começa de cima; começa de baixo, quando Deus
vem e assume ser o que somos, assume nossa natureza humana com suas
fragilidades, com seus fracassos, com suas enfermidades.
O
Messias é o servo sofredor e, por isso, Jesus começa a falar de si
mesmo, não dando destaque à glória. Ele não nega que é verdade,
que é Senhor da glória, mas não há messianismo que não passe,
primeiro, pela cruz, pela paixão redentora.
Muitos
discípulos de Cristo querem negar a cruz do Senhor, querem viver a
religião da prosperidade, da bonança, querem viver a religião da
exaltação do sucesso e do êxito.
Seguir
Jesus é sinônimo de, a cada a dia, ser capaz de renunciar a si
mesmo. Muitas vezes, ser discípulo de Jesus significa não ter bom
nome, não ter boa aceitação, não ser bem reconhecido. O discípulo
de Jesus não é sempre sinônimo de aplausos, de reconhecimentos
humanos, mas de renunciar a si mesmo e abraçar a cruz de Cristo.
A
mística da renúncia está presente em cada etapa da espiritualidade
humana.Não
existe casamento, não existe vida familiar se não houver renúncias!
O homem precisa renunciar à sua condição de solteiro, de gostos
próprios, de vontades próprias para viver a dimensão e as
exigências próprias do matrimônio; a criação que exige os
filhos, a necessidade de ouvir aquilo que é próprio do seu cônjuge
e, assim por diante.
Tudo
na vida só se edifica se há capacidade de renúncia, de renunciar à
própria vontade depois de abraçar a cruz que está aí para nos
salvar e nos santificar.
A
vida por si mesma com suas pelejas, com suas durezas, com suas
dificuldades, com seus entraves é para nós um chamado a entendermos
que cruz não é peso, não é castigo. É bênção, é sinal de que
estamos no caminho de Cristo Jesus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário