Pequena reflexão Marcos 8,34.

Jesus está diante de Seus apóstolos com uma pergunta fundamental que precisa ser feita, a cada dia, para nós:Quem dizem os homens que eu sou?”(Marcos 8, 24). Podem vir muitas respostas a respeito de Jesus: ‘Ele é o profeta! É um enviado! Ele é um rabi, um mestre! É João Batista que voltou! É o Espírito de João Batista em Jesus!’.
No entanto, a resposta essencial que Pedro dá é: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo(Marcos 8, 29). A resposta de Pedro precisa vir acompanhada do verdadeiro sentido do ‘messianismo’, do Messias que é Jesus.
Porque, a verdade é uma só, os judeus tinham apenas uma compreensão do Messias, olhavam para ele [o Messias] apenas como o ungido, cheio de glória, de esplendor; como aquele que vem e reina sobre todos. Mas, o reinado de Cristo começa nos corações, começa no meio de nós!
O reinado de Cristo não começa de cima; começa de baixo, quando Deus vem e assume ser o que somos, assume nossa natureza humana com suas fragilidades, com seus fracassos, com suas enfermidades.
O Messias é o servo sofredor e, por isso, Jesus começa a falar de si mesmo, não dando destaque à glória. Ele não nega que é verdade, que é Senhor da glória, mas não há messianismo que não passe, primeiro, pela cruz, pela paixão redentora.
Muitos discípulos de Cristo querem negar a cruz do Senhor, querem viver a religião da prosperidade, da bonança, querem viver a religião da exaltação do sucesso e do êxito.
Seguir Jesus é sinônimo de, a cada a dia, ser capaz de renunciar a si mesmo. Muitas vezes, ser discípulo de Jesus significa não ter bom nome, não ter boa aceitação, não ser bem reconhecido. O discípulo de Jesus não é sempre sinônimo de aplausos, de reconhecimentos humanos, mas de renunciar a si mesmo e abraçar a cruz de Cristo.
A mística da renúncia está presente em cada etapa da espiritualidade humana.Não existe casamento, não existe vida familiar se não houver renúncias! O homem precisa renunciar à sua condição de solteiro, de gostos próprios, de vontades próprias para viver a dimensão e as exigências próprias do matrimônio; a criação que exige os filhos, a necessidade de ouvir aquilo que é próprio do seu cônjuge e, assim por diante.
Tudo na vida só se edifica se há capacidade de renúncia, de renunciar à própria vontade depois de abraçar a cruz que está aí para nos salvar e nos santificar.
A vida por si mesma com suas pelejas, com suas durezas, com suas dificuldades, com seus entraves é para nós um chamado a entendermos que cruz não é peso, não é castigo. É bênção, é sinal de que estamos no caminho de Cristo Jesus!